Currículo ou Elogio no Funeral
Por Jim Mathis
Na sociedade moderna somos estimulados a trabalhar para construir nosso currículo. As perguntas sempre são: O que realizamos? Que habilidades possuímos? Qual o título do trabalho que fazemos? Ou quanto dinheiro ganhamos?
Entretanto, no final, pensar sobre o nosso elogio fúnebre é uma ideia melhor. No nosso funeral, o que nossa família e amigos dirão a nosso respeito? Provavelmente eles não irão relacionar nossos empregos e nossos diplomas. Se o fizerem, será apenas de passagem. É mais provável que falem sobre como era serem nossos amigos ou nos ter como um ente querido. Será que eles vão falar sobre nossa integridade e honestidade? Será que alguém vai mencionar a forma como sempre víamos o lado bom das pessoas e das situações ou como o ambiente ficava iluminado com a nossa presença?
Será que a nossa vida é caracterizada pelo amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio, como a Bíblia descreve em Gálatas 5:22-23? Ou seremos apenas uma lista de realizações?
Nunca compareci a um funeral no qual o pastor tenha lido uma relação das posses do falecido. Eu estava pensando sobre isso porque minha mãe faleceu poucos meses atrás. No seu funeral, uma pessoa após outra levantou-se para falar de sua contribuição para com a comunidade, bem como dos relacionamentos próximos que ela manteve. Alguns falaram de sua paciência, espírito amoroso e sua atitude sempre positiva. Não houve nenhum comentário ou menção de sua situação financeira, embora muitas pessoas tenham refletido sobre sua carreira e a alegria que tinha sido trabalhar com ela.
Um dos pecados da sociedade consiste em darmos honras indevidas às pessoas devido a posições que ocupam ou à quantidade de dinheiro que possuem. Do mesmo modo, deixamos de respeitar pessoas que ganham menos ou trabalham em empregos de status inferior. Isto é exatamente o oposto do que Deus deseja que façamos. As Escrituras são claras sobre a necessidade de não sermos preconceituosos ou mostrarmos favoritismo. Tiago 2:5 diz: “Ouçam, meus amados irmãos: Não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que Ele prometeu aos que O amam?”
Mateus 6:19-21 nos lembra de não colocarmos a nossa confiança nos tesouros terrenos, mas acumularmos tesouros eternos. “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.”
Lucas 12:15 acrescenta: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens.” Em termos práticos, o que possuímos não é o que somos. Nosso dinheiro, casas e carros são todos externos a quem nós somos. “Coisas” são temporárias, servem apenas para a jornada, e geralmente nos puxam para baixo. Nossas experiências, instrução e relacionamentos – e mais importante, nosso relacionamento com Deus – definem quem somos. Essas coisas são internas, como também as características como integridade, amor, alegria e paz.
Quando morrermos, deixaremos todas as posses para trás, mas as vidas que tivermos tocado e a diferença que tivermos feito continuará vivendo, tanto na terra como nos céus.
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de Jim Mathis, dono de um Estúdio de Fotografia em Overland Park, Kansas, USA, especializado em trabalhos corporativos, comerciais e artes dramáticas. Também dirige uma Escola de Fotografia. Jim é autor de 'Câmaras de Alto desempenho', livro para pessoas comuns sobre fotografia digital. Foi dono de uma Cafeteria e Diretor Executivo do CBMC, em Kansas City, Kansas, Missouri. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de Juan Nieto..