Diplomado na Escola do Fracasso
Por Robert J. Tamasy
Com frequência vemos algum líder corporativo, um executivo ou empresário proeminente serem descritos como “a maior história de sucesso”. Nos entretemos com os relatos de como eles alcançaram sucesso, citados como exemplos de como nós também podemos experimentar níveis elevados de realizações se fizermos como eles. Mas será que você já ouviu falar de alguém sendo descrito como “a maior história de fracasso”?
Na verdade, o sucesso pode surgir de muitas maneiras, algumas nem mesmo são de nossa própria autoria. Trabalhar com afinco, dedicação e determinação pode promover o sucesso – mas nem para todo mundo é assim. Às vezes o sucesso resulta meramente de sorte (se é que você acredita nela), ou de se estar no lugar certo, na hora certa. Como costuma-se dizer, senso de oportunidade é tudo. Algumas pessoas alcançam o sucesso uma vez e depois passam o resto da vida tentando encontrá-lo novamente.
Entretanto, por qualquer razão, quando falhamos é muito mais fácil identificar o motivo. Nós podemos apontar as más decisões; a falta de disposição de empenhar a energia e o esforço necessários; falta de planejamento apropriado; deixar de perseverar o bastante para alcançar os objetivos; ignorância, e até mesmo tolice.
Pelo fato dos fatores que levam ao fracasso serem muito mais fáceis de reconhecer, nossos erros podem pavimentar o caminho para o sucesso desde que estejamos dispostos a aprender com eles. O estadista Winston Churchill afirmou: “O sucesso não é o final, falhar não é fatal; é a coragem para prosseguir o que conta.” Michael Jordan, a superestrela do basquetebol, disse: “Posso aceitar o fracasso. Todo mundo falha em alguma coisa. Mas não posso aceitar não tentar.”
Denis Waitley, orador motivacional, consultor e escritor, apresentou esta perspectiva: “O fracasso deveria ser nosso mestre, e não nosso empresário. Falhar é demora, não derrota. É um desvio temporário, não um beco sem saída. O fracasso é algo que podemos evitar apenas dizendo nada, não fazendo nada e sendo nada.”
Uma das características restauradoras da Bíblia é sua apresentação sincera e sem rodeios de falhas memoráveis de indivíduos importantes, começando por Adão e Eva, e prosseguindo com pessoas como Noé, Jacó, o pai da nação de Israel; Sansão, o rei Davi e seu filho, Salomão e muitos dos discípulos de Jesus.
O apóstolo Pedro, um dos seguidores mais próximos de Cristo, é talvez o maior exemplo de alguém que encontrou o sucesso apesar de repetidos fracassos. Na noite que antecedeu à Sua crucificação, Jesus disse a Seus discípulos: “...Ainda esta noite todos vocês Me abandonarão...”, ao que o impulsivo Pedro respondeu: “...Ainda que todos Te abandonem, eu nunca Te abandonarei...” (Mateus 26:31-35).
Apesar de seu ousado juramento impetuoso, lemos que Pedro, de fato, negou a Cristo, não uma, mas três vezes, como o Senhor havia predito. Depois de sua terceira negativa, está escrito que: “O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro... Saindo dali, [Pedro] chorou amargamente.” (Lucas 22:54-62).
Felizmente, a história não terminou aí. Em João 21:1-19, vemos um relato de Cristo restaurando Pedro, perdoando sua traição. Três vezes Jesus perguntou a Pedro: “...Simão, filho de João, você Me ama mais do que estes?”. Depois de cada uma das vezes em que o discípulo respondeu afirmativamente, Ele lhe disse: “...Cuide das Minhas ovelhas...Cuide das Minhas ovelhas...” Que relato incrível de fracasso...e perdão! Sabemos que daí por diante Pedro prosseguiu até chegar a ser um dos líderes da Igreja primitiva, e duas de suas cartas aparecem no Novo Testamento.
Você está lutando ou se recuperando de algum fracasso, vocacional ou espiritual? Lembre-se, o fracasso não é fatal. Ele pode provar ser um maravilhoso mestre, um mero desvio no caminho para o sucesso.
Próxima semana tem mais!