Corrida Pelo Ouro - Mas Será a Corrida Certa?
Por Sérgio Fortes
Você estava entre os milhões de pessoas em todo o mundo que assistiram às Olimpíadas de Verão de Tóquio de 2020 – que aconteceram em 2021? Juntamente com as Olimpíadas de Inverno, esse evento televisionado globalmente exibe os pontos altos e baixos da competição em que homens e mulheres buscam honra para si e suas respectivas nações. Mais de 11.000 atletas de 204 países competiram nos “Jogos de Verão de 2020”, adiados até este ano devido às restrições impostas pela pandemia do COVID-19. Apesar da interrupção de um ano, todos tinham um só objetivo: os atletas suportaram treinamento exaustivo e rigorosas dietas, abstendo-se de toda e qualquer distração que poderia impedi-los de chegar ao ouro. A medalha de bronze, e mesmo a de prata, não eram boas o bastante.
Na avaliação deles, qualquer sacrifício vale a pena. Uma atleta de alto desempenho, cuja expectativa era chegar ao fim das Olimpíadas com pelo menos seis medalhas, sofreu uma súbita crise emocional. Ela diria posteriormente: “A vida não tem a ver apenas com ginástica. Não somos somente atletas. Somos pessoas e, às vezes, é necessário dar um passo atrás.” A maioria de nós dificilmente consegue imaginar as exigências da “corrida do ouro” Olímpica.
Muitos de nós, porém, temos encontrado algo semelhante em outras atividades da vida. No ambiente atual de mercado, extremamente competitivo, bem como nos diversos aspectos da vida cotidiana, a corrida pelo “ouro” é constante e desenfreada. Uma expressão comum, embora áspera, descreve essa realidade: “a corrida do rato”.
Jovens empreendedores se dedicam a ganhar dinheiro, ficarem ricos, milionários se possível. Executivos maduros e profissionais especializados estão no mesmo passo. Eles não se contentam com pouco. Querem o máximo que lhes seja possível adquirir ou alcançar – e rápido. Eles suportam todo o tipo de estresse e pressão, fazendo com que tudo o mais seja secundário: família, saúde, relacionamentos sociais, e mesmo atividades de lazer. Somente o ouro – e muito ouro – conta.
Nós encontramos uma perspectiva bem diferente na Bíblia, abordando a futilidade do esforço para se ganhar aquilo que, no final, será perdido. O rei Salomão do antigo Israel, tido como o homem mais rico de todos os tempos, comentou: “Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara por realizar, percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento...” (Eclesiastes 2:11).
Jesus Cristo, contando a história de um agronegociante diligente e ambicioso, que celebrava uma colheita recorde, advertiu: “...Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?” (Lucas 12:20).
Tenho sido encorajado por ver muitos empresários e profissionais que resistem a um estilo de vida que valoriza apenas o sucesso material, financeiro e socioeconômico. observando-se gerações que os precederam, especialmente os “Baby Boomers”, as novas gerações avaliam o sucesso com outras medidas.
Quanto vale ter uma família e relacionamentos sociais harmoniosos e saudáveis, paz de espírito e uma reputação irrepreensível? Como Jesus disse a Seus seguidores: “A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas.” (Lucas 12:23).
Que espécie de “ouro” está prejudicando o seu sono hoje, fazendo com que você se afaste de sua família, ocupando tantas horas do seu dia que você não tem tempo para uma refeição saudável ou um horário para cuidar de sua saúde física? Jesus estabeleceu esta séria advertência: “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?...” (Mateus 16:26).
Próxima semana tem mais!