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natal juízo aos soberbos
extr
VOLTEMOS AO EVANGELHO
Lucas 1.46-55 registra aquele que ficou conhecido como Magnificat, o louvor que Maria dirigiu ao Senhor por ocasião da sua visita a Isabel, sua prima, que também havia concebido de forma miraculosa, estando já no sexto mês de gravidez.
É interessante que a visitação (como é conhecido esse encontro) não se deu apenas entre Maria e Isabel.
Ela também se deu entre os seus respectivos filhos. João, filho de Isabel, foi o maior profeta da antiga aliança – aquele que foi chamado para anunciar a vinda de Cristo. Jesus era o Cristo, o Senhor da nova aliança.
Assim, quando Isabel e Maria se encontraram a antiga e a nova aliança se conectaram.
O cântico de Maria pode ser dividido em quatro estrofes:
1. vv. 46-48, onde Maria enaltece a Deus pelo que ele fez por ela, uma moça de nascimento humilde;
2. vv. 49-50, sua ação de graças alcança um clímax, a bondade de Deus é vista agora em relação não apenas a ela, mas “de geração em geração sobre os que o temem”;
3. vv. 51-53, a misericórdia é contrastada com a severidade de Deus sobre aqueles que não o temem; e
4. vv. 54-55, a conclusão.
De maneira especial, a conclusão do cântico apresenta um pensamento negligenciado quase que por completo nesta época do ano, a saber, que a manifestação da misericórdia de Deus é o cumprimento da promessa pactual de Deus feita aos pais, promessa essa de valor supremo, ainda hoje, aos crentes e sua descendência:
“Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais.
(vv. 54-55).
Chama a atenção o fato de que desde o versículo 51 Maria discorre sobre como a sua gravidez era o cumprimento das promessas pactuais de Deus.
Certamente ela estava pensando na história da redenção, em como Deus, ao longo da história havia conduzido o seu povo.
No livro dos Salmos encontramos, por exemplo, vários salmos que recontam essa história.
Por exemplo, o Salmo 136 diz: “àquele que feriu o Egito nos seus primogênitos […] e tirou a Israel do meio deles […] com mão poderosa e braço estendido
[…] àquele que separou em duas partes o mar Vermelho […] e por entre elas fez passar a Israel […] mas precipitou no mar Vermelho a Faraó e ao seu exército” (vv. 10-15).
Da mesma forma, Maria está lembrando a maneira como o Senhor Deus agiu ao longo da história, a fim de que aquele momento, o momento em que virgem concebera, finalmente chegasse.
Tudo o que Deus fez no Antigo Testamento, em proteção e auxílio ao seu povo, foi para garantir que o Messias, o Redentor viria ao mundo.
Podemos pensar em como ele suscitou outro descendente a Eva, após Caim ter matado Abel (Gênesis 4.25).
Podemos pensar em como o Senhor fez com que por meio do pecado de Judá e Tamar a descendência da mulher fosse preservada (Gênesis 38).
Lembre de como Deus fez com que o pequeno exército de Gideão, um exército de apenas trezentos homens, vencesse os seus inimigos (Juízes 6).
Pense em como Deus, de forma espantosa, destruiu exércitos e concedeu a vitória a Israel.
Por que Deus fez todas essas coisas? Para garantir que o Redentor, o Mediador do pacto da graça, nasceria na plenitude do tempo!
O Pr. Daniel Doriani afirma algo muito interessante: “Deus mostrou o poder do seu braço ao afogar o exército de Faraó no mar.
-Ele dispersou os soberbos filisteus ao abater Golias.
-Ele derribou do seu trono o poderoso Nabucodonosor e retirou Belsazar do seu banquete.
-Deus fez todas estas coisas para salvar o seu povo. Deus humilhou o soberbo para mostrar misericórdia a Israel, como ele havia prometido a Abraão em sua aliança eterna” (The Incarnation in the Gospels. P&R Publishing, p. 78-79).
É preciso notar também que, de acordo com o versículo 55, tudo isso foi feito pelo Senhor para que a descendência de Abraão recebesse misericórdia e favor “para todo o sempre”.
O que isso nos ensina?
Que Maria também tinha os seus olhos naquilo que o Senhor Deus faria através do Redentor, o Senhor Jesus Cristo.
Jesus veio ao mundo para estabelecer o seu governo com justiça e o seu reino com poder.
Isso também significa que cada nação orgulhosa seria derribada e cada coração orgulhoso seria humilhado.
Jesus veio ao mundo para receber toda a honra e toda a glória.
O Natal ocorreu na plenitude do tempo para o Filho bendito de Deus sujeitar todas as coisas aos seus pés e subjugar todo aquele que se opõe à sua vontade.
Para ser específico
- por que Jesus nasceu?
-Nós respondemos prontamente: Para trazer salvação! Sim, é verdade! Aleluia!
Mas lembremos do cântico de Simeão: “Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição […], para que se manifestem os pensamentos de muitos corações
Lc 2.34-35
Eu pergunto novamente: Por que Jesus nasceu?
-Para trazer salvação ao seu povo, mas também para humilhar aqueles com pensamentos soberbos (v. 51),
-para abater os orgulhosos quanto à sua posição social (v. 52), e
-para destronar os orgulhosos por suas riquezas (v. 53).
*Maria entendeu que o Natal, a vinda de Cristo, a encarnação do bendito Verbo, iria transtornar o mundo, iria virar o mundo de cabeça para baixo.
* Ele seria o exato oposto daquilo que era aguardado pelo mundo.
*E é aqui, meus irmãos, que nós podemos observar o quanto o Natal em nossa sociedade é deturpado e corrompido.
* E isso nos diz que as igrejas não têm pregado a mensagem do Natal com fidelidade.
O Natal é uma mensagem de salvação para aqueles abatidos e contritos de espírito.
*Mas o Natal também é uma mensagem de juízo para os soberbos, para aqueles que confiam em si mesmos, na força do seu próprio braço, que não se importam com Deus.
*Cristo veio para abatê-los com o seu poderoso braço.
*O Natal é a mensagem da subversão dos tradicionais valores de grandeza da sociedade sem Deus.
Cristo, o Filho de Deus que encarnou e nasceu na plenitude do tempo, é terror para os soberbos! Cristo é terror para os altivos!
*Cristo é terror para aqueles que O ignoram ao longo de suas vidas, mas agora, nesta época do ano, bebem, comem regaladamente e festejam sem que seus corações estejam rendidos a ele. Que alegria podem ter no Natal os que serão arruinados e destruídos por aquele que nasceu num estábulo, em Belém da Judéia? E
*Eles podem ter toda a alegria possível, desde que se humilhem debaixo da poderosa mão do Senhor.
E longe de nos horrorizarmos com isso, nossa atitude deve ser a mesma de Maria. Nossa alma, nosso coração, todo o nosso ser deve magnificar ao Senhor. Nosso espírito deve se alegrar em Deus, nosso Salvador, pela vinda de seu Filho amado.
Louvado seja o Senhor pelo cumprimento do seu pacto!
Um Feliz Natal! Que o Senhor nos abençoe hoje e sempre!